Muito flexível, o fonema PE também é usado a
indicação de interrogação.
Na formação de interrogativas, o fonema PE
liga-se ao elemento sobre o qual cai o questionamento, vejamos:
Morubixaba-pe o-sem ygara-pe? : O
cacique saiu da Canoa? (Com o sentido de:
Foi o Cacique que saiu da Canoa?)
Pois, se a pergunta for sobre se ele “saiu
foi da canoa?”, canoa virá para o começo e a partícula PE será adicionada:
Ygara-pe-pe morubixaba o-sem? : “O cacique saiu da Canoa? (Agora com o
sentido de: Foi da Canoa que o cacique saiu?)
Fica
evidente que em Tupi o recurso interrogativo é mais preciso. Em português, só a
prosódia (entonação, prolongamento...) dariam o sentido pretendido pelo
falante, que salientaria a partícula da oração sobre qual repousa a
interrogação.
Outra
questão é pensar que com o Tupi não desenvolveu-se com a escrita, pois os
falantes nativos não o escreviam originalmente, não se pode saber se as
perguntas se valiam de entonação própria, como em português, ou se só a
partícula PE seria suficiente. Cremos ser esta hipótese mais racional, pois
reservaria ao processo de uso da partícula toda sua utilidade prática.
Importante é decorar então alguns pronomes e
advérbios:
mba’e-pe?
: que coisa? o que? -
Plural: mba’e-mba’e-pe?
(repete-se)
mba’e suí-pe?
: de que? (origem)
abá-pe? : quem? plural: aba-abá-pe?
abá supé-pe?
: para quem?
abá suí pe?
: de quem? (procedência)
abá mbaé-pe?
: de quem? (posse)
mamõ-pe?
: onde? aonde?
mamõ suí-pe?
: de onde? (proced)
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