Buraco do Tatu

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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Tupi 8 – Pronomes Demonstrativos



            Em Tupi, além dos Demonstrativos Simples (que apontam para substantivos), temos também os Pronomes Demonstrativos (que substituem o nome). Neste caso, geralmente são os Demonstrativos Adjetivos + as terminações –a ou –ba’e. ex:


Este
 (visível)
Este
(Fora de vista)
Esse
Aquele
(Visível)
Aquele
(Fora de Vista)
Demonst. Simples
kó, ikó
ã, ang 
ebokûeî, eboûing,
kûeî, kûé
Akûeî, aîpó
Pronomes
Demonstrativos
kó-ba’e
ã-ba’e
ang-a
ebokûeî-a
eboûing-a
kûe-a, kûeî-a
akûeî-a

Isto
(visível)
Isto
 (for a de vista)
Isso

Aquilo
(visível)
Aquilo
(fora de vista)
kó,
kó-ba’e
ã
ã-ba’e
ebokûeî-a
eboûing-a
ebokûeî-ba’e
eboûing-ba’e
ûî
kûe-a
kûeî-a
kûe-ba’e
kûeî-ba’e
akûeî-a
akûeî-ba’e
akó
akó-ba’e
aipó
aîpó-ba’e

 
Notar que quando não são apenas demonstrativos simples (ligados a um nome) os sufixos  -a e -ba’e são quase um regra, com pouquíssimas exceções.

Exemplos:

1) kunhã o-nhe’eng. kûeîa o-nhemokirirἶ.: Esta mulher fala, aquela se cala.
Kó: Demonstrativo simples
Kûeîa: Pronome

2) Kó-ba’e i porang: isto, bonito; isto é bonito
Kó-ba’e: Pronome “isto”.

             Exceções para kó, ã, akó, e aipó, que podem ser pronomes sem adição dos referidos sufixos.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Tupi 6 – Interrogação em Tupi





Muito flexível, o fonema PE também é usado a indicação de interrogação.

Na formação de interrogativas, o fonema PE liga-se ao elemento sobre o qual cai o questionamento, vejamos:

Morubixaba-pe o-sem ygara-pe? :   O cacique saiu da Canoa? (Com o sentido de:  Foi o Cacique que saiu da Canoa?)   

Pois, se a pergunta for sobre se ele “saiu foi da canoa?”, canoa virá para o começo e a partícula PE será adicionada:

Ygara-pe-pe morubixaba o-sem? : “O cacique saiu da Canoa? (Agora com o sentido de: Foi da Canoa que o cacique saiu?)

            Fica evidente que em Tupi o recurso interrogativo é mais preciso. Em português, só a prosódia (entonação, prolongamento...) dariam o sentido pretendido pelo falante, que salientaria a partícula da oração sobre qual repousa a interrogação.

            Outra questão é pensar que com o Tupi não desenvolveu-se com a escrita, pois os falantes nativos não o escreviam originalmente, não se pode saber se as perguntas se valiam de entonação própria, como em português, ou se só a partícula PE seria suficiente. Cremos ser esta hipótese mais racional, pois reservaria ao processo de uso da partícula toda sua utilidade prática.

Importante é decorar então alguns pronomes e advérbios:

mba’e-pe?            : que coisa? o que? -      Plural:  mba’e-mba’e-pe? (repete-se)
mba’e suí-pe?       : de que? (origem)

abá-pe?                : quem?                          plural: aba-abá-pe?
abá supé-pe?        : para quem? 
abá suí pe?           : de quem?   (procedência)
abá mbaé-pe?       : de quem?   (posse)

mamõ-pe?             : onde? aonde?
mamõ suí-pe?       : de onde? (proced)

domingo, 13 de maio de 2012

Tupi 6 – Interrogação em Tupi





Muito flexível, o fonema PE também é usado na indicação de interrogação.

Na formação de interrogativas, o fonema PE liga-se ao elemento sobre o qual cai o questionamento, vejamos:

Morubixaba-pe o-sem ygara-pe? :   O cacique saiu da Canoa? (Com o sentido de:  Foi o Cacique que saiu da Canoa?)   

Pois, se a pergunta for sobre se ele “saiu foi da canoa?”, canoa virá para o começo e a partícula PE será adicionada:

Ygara-pe-pe morubixaba o-sem? : “O cacique saiu da Canoa? (Agora com o sentido de: Foi da Canoa que o cacique saiu?)
                                   Obs: neste caso, cada PE ligado a ygara tem uma função; o primeiro será a posposição com função da preposição DE (port) e o segundo a partícula de interrogação aqui tratada.


            Fica evidente que em Tupi o recurso interrogativo é mais preciso. Em português, só a prosódia (entonação, prolongamento...) dariam o sentido pretendido pelo falante, que salientaria a partícula da oração sobre qual repousa a interrogação.

            Outra questão é pensar que como no Tupi não se desenvolveu a escrita, pois os falantes nativos não o escreviam originalmente, não se pode saber se as perguntas se valiam de entonação própria, como em português, ou se só a partícula PE seria suficiente. Cremos ser esta hipótese mais racional, pois reservaria ao processo de uso da partícula toda sua utilidade prática e a justificaria plenamente.

Importante é decorar então alguns pronomes e advérbios:

mba’e-pe?            : que coisa? o que? -      Plural:  mba’e-mba’e-pe? (repete-se)
mba’e suí-pe?       : de que? (origem)

abá-pe?                : quem?                          plural: aba-abá-pe?
abá supé-pe?        : para quem? 
abá suí pe?           : de quem?   (procedência)
abá mbaé-pe?       : de quem?   (posse)

mamõ-pe?             : onde? aonde?
mamõ suí-pe?       : de onde? (proced)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Tupi 5 – Demonstrativos



            Condizente com as realidades da vida do índio, os demonstrativos se desenvolvem de forma um pouco diferente do português no tupi antigo. Assim, temos:

ESTE - Para o que está próximo:
kó ygara : esta canoa

ESTE - Para o que está próximo, mas não vemos:
ãng mba’e :  esta coisa 
ã kunumῖ   :  este menino

ESSE
ebokûeî oka : essa oca

AQUELE – Visível
kûeî kunhã : aquela mulher

AQUELE – Fora de vista
akûeî kunumῖ : Aquele Menino


            Há mais opções de demonstrativos, o que deixa as situações mais precisas, perdendo-se nas mesmas orações em português estas especificidades.
 
Até mais!

RST


Rio Tiete - Altura da Penha - 1954


Aqui, uma foto legitimamente "histórica", com perdão à redundância. Banhistas numa praia à beira do Tietê. Quanta coisa mudou...
  Aqui, o Largo Do rosário, próximo ao atual Shopping Penha



Igreja Antiga da Penha, Do SEC XVII, até hoje ainda existente

Taxis e carros particulares na Praça 8 de Setembro - Penha

Bondes na Avenida Celso Garcia



quinta-feira, 10 de maio de 2012

Tupi 4 – Série de pronomes breves – Adjetivos e Possessivos



TUPI 4 – Série de pronomes breves – Adjetivos e Possessivos
PRONOMES PESSOAIS
Série Longa

Servem como sujeito nos verbos e com adjetivação qualificativa:

ixé a-só (S)
Ixé morubixaba (AQ)
PRONOMES PESSOAIS
Série Longa
Prefixos número-pessoais
(APENAS PARA prefixar VERBOS)
PRONOMES PESSOAIS
Série Breve
Usados na adjetivação predicativa, com função próxima do verbo ser:
taba i porang
upaba i nem
PRONOMES PESSOAIS
Série Breve
Usados como Possessivos

ixé          -       eu    a-    porang (eu “sou”bonito) Xe        ygara  ( minha canoa)
endé       -       tu   ere- nde porang (tu és bonito) Nde     pó          (tua mão)
a'e          -       ele
o-
i      porang     (ele é bonito)
         Apenas adjetivação
I           sy    (sua mãe) indefinido



O         sy       (sua própria mãe)
oré         -      nós (exc) oro-
Ore   porang  (nós somos bonitos)
                versão que exclui o ouvinte
Ore     taba     (nossa aldeia)                      * Versão que exclui o ouvinte
iandé      -      nós (inc) ia-
Iandé    porang (somos bonitos)
                versão que inclui o ouvinte
Iandé         taba
      * Versão que inclui o ouvinte
pee         -      vós pe- pe      porang    (vós sois bonitos)
Pe       anama (vossa família)
a'e          -       eles o-
I       porang   (eles são bonitos)
I         sy      (mãe deles) indefinido



     sy                                                   ( mãe deles próprios)
Importante:
Quando falamos de um objeto ou de alguém, ele será tratado pelo Tupi como em português, em terceira pessoa. Neste caso, será adjetivação predicativa  deverá usar o “ i da série breve:

O rio é vermelho: ‘y i-pirang  (uso da série breve, coluna 2)

Mas, é possível adjetivar substantivos sem o uso dos pronomes da séria breve, mas neste caso é a adjetivação qualificativa e o adjetivo se modifica, com acréscimo do sufixo “a” naqueles que terminam em consoante, exemplo:

Rio Vermelho: ‘y-piranga (o a é acrescido)



domingo, 6 de maio de 2012

Tupi - Estudo 3 - "Posposições"

Em Tupi, temos o que seriam as preposições ocorrendo em posposições, após os termos a que se referem.
As principais são:

-Pe   -  "em, para"  (sentido locativo)  

           îakaré 'y-pe  :  Ao rio dos Jacarés, no rio dos jacarés
Ixé a-só Roberto ygarussu-pe: Eu vou para o navio de Roberto.
          
            Importante:
               1)  após A átono, pe vira ype e o A cai:
               ixé a-so ok-ypê (eu vou para casa) - ( Casa originalmente é oka, mas o A final é átono)

               2)  pe derruba BA e MA átonos:  
               a'e o-sem ta-pe (ele sai/saiu da aldeia) - (Aldeia  originalmente é taba, mas termina em BA átono)                   


Supé  -  "para" (em referindo-se a pessoas)


            ere-nhe'eng  maria supé : Ele fala à/para Maria
            peró o-nhe'eng abá supé : O português fala ao índio

Suí   -  "de" indicando procedência

            São Paulo suí : de São paulo
            îakaré y' suí : do rio os jacarés

Pupé  -  dentro de

            ka’a pupé    : dentro da mata
            ygara pupé  : dentro da canoa



Também temos duas posposições importantes:

etá : muito (número)
eté: muito (intensidade)

Assim:  

    Peró-etá : muitos portugueses (numéro)
    Ikoé-eté : muito diferente (intensidade)


Bem, por hora é isto. Aos poucos, vou colocando exercícios e outras coisas. O tempo h;a de permitir!

   Até lá!

Rogério S Temporini

Projeto: Uma Memória Iconográfica de São Paulo

Amigos.

   Não preciso me alongar para falar-lhes sobre o amor que tenho pela cidade de São Paulo e sua história, que se materializou em grande parte deste BLOG.

   E dentre vários nichos de assuntos tratados dentro deste tema maior, não poderia faltar uma atenção especial à divulgação de fotografias que, em várias épocas, retratam nossa Capital e arredores.

   Todavia, quero agora ir mais longe. Muitas fotos, já conhecidas e inéditas (ainda escondidas no seu armário), organizadas por décadas, por regiões da cidade, enfim, uma memória digital em imagens. Para isto, precisarei da ajuda de você, internauta, colaborando com esta empreitada. Se achar uma foto antiga de qualquer situação na cidade e arredores, pense na importância e valor deste tesouro e, quando puder, escaneie e envie. Se achar na internet mesmo, envie o link!

   Receberei vossos emails com fotos em rogeriosilvacarlos@gmail.com e rogerio.carlos@usp.br

  Vamos eternizar esta memória, viva!

abçs

Rogério S Temporini

A História me fascina; propriamente, a história de minha cidade(São Paulo) e de sua formação, as migrações no estado de São Paulo, a história da ferrovia e as formações do folclore e da cultura musical do Sudeste.

Mas.. as "estórias" também sempre me envolveram e brilham ainda em minha memória; as "estórias" contadas pelo meu avô, sobre entidades folclorescas da escuridão, e suas digressões... Gosto do Lobisomen e do boitatá... E conversaremos sobre eles brevemente!